Ela nasceu em Marrocos e cresceu em Paris. Hindi Zahra traz na arte o colorido de sua terra natal com o charme da cidade francesa.
Na voz, a segurança de quem nasceu para cantar. Hindi é multi-instrumentista autodidata e escreveu suas primeiras composições aos 18 anos. De lá para cá, já compôs mais de 50 músicas, lançou dois EPs e dois discos.
Sua música se faz trilha tanto para os momentos de sol, daqueles cheios de vontades; quanto os de chuva, afundados na preguiça.
Alguns dias parecem ser feitos de vidro moído. Como se penetrassem em cada parte do nosso corpo, cortando, machucando, desafiando. Alguns dias nos desafiam a ser fortes. Nessas horas, a música vem como dádiva. No meio do caos e da dor, inerentes à vida humana, certos sons brotam no espaço e nos salvam.
Não se sabe ao certo quando a música surgiu. Nem o porquê do homem ter criado essa forma de expressão. Por que compor? Qual o sentido da voz que canta? E dos instrumentos, que sussurram e gritam, às vezes ao mesmo tempo? Não me importa. Não ligo a mínima para a origem da música ou para todos os (im)possíveis “porquês”. Para mim, a música existe da mesma forma que o ar ou a água. Nosso corpo precisa de oxigênio, de h2o e de emoção. Química, física, religião.
Música é a minha religião (uma das). É onde me recomponho, onde entro em contato comigo e com o divino. Shows espetaculares são como templos, em que todos entoam juntos um mantra, sorriem, choram, dançam e se esquecem do sofrimento. Mesmo que por poucos minutos. Existe ali algo de espiritual. Existe na música a salvação – eterna ou não.
falaê!