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Alto poder combustível

27 out

Outra banda – com o delicioso sotaque pernambucano e uma mistura de ritmos digna da música brasileira – que estará no Planeta Terra Festival deste ano é Mombojó.

 

 

Mombojó

 

 

Chiquinho (teclado e sampler), Felipe (vocal e guitarra), Marcelo (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente (bateria) tocam juntos desde 2001. Com nítidas influências da forte cena musical de Recife, com ritmos similares aos do Manguebeat, a banda mistura em suas composições elementos computadorizados com cavaquinho e guitarras distorcidas.

Logo na sua primeira grande aparição pública, no 10º Abril Pro Rock, em 2002, Mombojó já agradou a crítica, recebendo comentários como o do Jornal do Brasil, que disse que “os novatos da Mombojó foram a grande revelação da nova cena de Recife na noite de domingo, com sua música de alto poder combustível”.

 

 

Em 2003, a banda lançou seu primeiro disco – Nadadenovo -, gravado e mixado em Recife, mas masterizado em São Paulo. O disco rapidamente ganhou atenção e conquistou ouvintes assíduos em todos o país. Canções como “Deixe-se Acreditar” – linda na melodia e na letra – fazem parte da setlist de muitos fãs até hoje.

Após quatro anos sem lançar nenhum disco novo e três anos sem o integrante Rafael Virgilio – que faleceu de enfarto em 2007 e deixou na banda um buraco sem a sua lindíssima flauta -, Mombojó lançou em 2010 o terceiro álbum – “Amigo do Tempo” –  com onze faixas, algumas disponíveis no Myspace da banda.

 

 

Os meninos do Mombojó são referência quando se fala da música brasileira (de qualidade!) atual. Com shows marcados para os próximos dois meses, a banda segue em turnê do novo disco para felicidade dos fãs! Se você ainda não ouviu “Amigo do Tempo”, dá para baixar no site deles. Aproveite sem moderação. 🙂

Cheiro de mato e, às vezes, de mar

16 ago

Sei que costumo escrever mais sobre as novidades da música, mas confesso que há uns dias ando inspirada para falar de um artista da música brasileira mais que especial (e de quem muito pouco se ouve falar).

Acho que depois de assistir “Uma Noite em 67”, fiquei um pouco nostálgica, com saudades da música que não vivi (mas que vivo hoje, sem problemas) e dos artistas que não pude acompanhar desde o começo de suas carreiras.

E o que escolhi para esse post foi Edu Lobo.

Nesse vídeo aí de cima, Edu tinha apenas 22 anos e já embalava multidões com suas músicas – “Ponteio” foi vencedora do III Festival de Música Popular Brasileira, concorrendo com as incríveis canções “Alegria, Alegria”, de Caetano, e “Domingo no Parque”, de Gil.

Mas não, não foi esse o começo de sua carreira. Edu já tocava arcodeon desde os oito anos – passando depois ao violão – e,  com 15 anos, já tinha suas próprias composições.

Edu cresceu no Rio de Janeiro e, por volta de 1961, passou a frequentar o Beco das Garrafas, em Copacabana, onde conheceu Sérgio Mendes, João Gilberto, Luis Eça e Vinícius de Moraes –  que dizia que a a música de Edu era “bem feita, com cheiro de mato e, às vezes, de mar”.

A maioria de suas canções são conhecidas nas vozes de outros artistas – como Maria Bethânia (no vídeo acima) e Elis Regina. Edu Lobo nunca quis fazer sucesso. “Fui empurrado pro palco” é o que ele diz. Mas como “compositor só compositor acaba desaparecendo no Brasil”, Edu precisa(ou) fazer algumas concessões – como a participação no III FMPB.

Ao longo de sua carreira, o músico compôs O Grande Circo Místico ao lado de Chico Buarque – destaque para a belíssima “Beatriz”; O Corsário do Rei, Calabar e Cambaio, também com Chico; trilha para o infantil Rá-Tim-Bum, da Tv Cultura de SP; e muito mais!

Edu fez parte de uma das épocas mais bonitas da música popular brasileira e compôs músicas tão lindas que não cabem nas minhas palavras – destaco aqui  a já citada “Beatriz”, com Chico, e “Pra Dizer Adeus”, com Torquato Neto.  Só por isso, já vale a pena conhecer um pouco mais de sua história.

Mas vamos lá, não estou aqui só para nos deixar na saudade. Edu Lobo não morreu (graças a deus!) e tem uma ótima novidade pra gente! Hoje, com quase 67 anos, Edu está lançando seu novo disco – “Tantas Marés” -, que traz dez composições inéditas: seis com Paulo César e quatro com Chico Buarque.

O artista fará o show de abertura da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2010 – e também já está “escalado” para compôr a trilha sonora do filme “Não se preocupe, nada vai dar certo”, de Hugo Carvana. Ou seja, ainda teremos muitas boas supresas de Edu.


A ordem das árvores não altera o passarinho

11 ago

Pra não dizer que não falei das flores, agora chegou a vez de Tulipa Ruiz – flor no nome, na voz e na música. Filha de pai jornalista/músico – Luiz Chagas, um dos “Isca de Polícia” de Itamar Assumpção – e irmã do músico Gustavo Ruiz – guitarrista da Vanessa da Mata e da Mariana Aydar, – Tulipa canta, compõe e ainda desenha.

Tulipa Ruiz

E foi assim, em família (e amigos: Márcio Arantes no baixo, Dudu Tsuda no teclado e Duani na bateria), que a cantora compôs seu primeiro disco – Efêmera -, produzido pelo irmão Gustavo, que também assina com ela três  das onze músicas do álbum: “Efêmera”, “Do Amor” e “Brocal Dourado”.

Tulipa já fez parcerias com DonaZica, Trash Pour 4, Júnio Barreto, Ortinho, Projeto Cru, Na Roda, Tiê, Nhocuné Soul e Cérebro Eletrônico e hoje, além do trabalho solo, também é vocalista de um projeto de seu pai – Pochete Set.

Sua voz me lembra um pouco aquelas cantoras de rádio do início do século XX – algo com Dalva e/ou Maísa -, mas não tem nada de “careta”. Muito pelo contrário, Tulipa explora bem os recursos de sua voz e sua banda nas canções, fazendo uso de um experimentalismo quase que psicodélico (em alguns momentos).

De São Paulo, a doce voz da tulipa flor está alcançando os ouvidos dos brasileiros mais distantes e encantando a todos que passam a conhecê-la. Para quem se interessou, dá para segui-la no Twitter e se manter por dentro da agenda da cantora lá.

Dá uma conferida no Myspace e na página dela no TramaVirtual também, que tem algumas músicas disponíveis e vídeos bem legais.

Por que não sai do raso?

1 jul

Karina Buhr

Baiana, mas criada no meio dos maracatus e frevos de Pernambuco, Karina Buhr mora há cinco anos em São Paulo e é uma das vozes femininas mais eminentes da música popular brasileira atual.

Karina é percussionista, desenhista, compositora, atriz e cantora. Karina é artista. Seu som, sua voz e suas batidas refletem um pouco sua formação permeada por ritmos e gêneros brasileiros, sem pré-conceitos e limitações óbvias.

Karina começou a cantar e tocar percussão em 1994, passando por diversos grupos pernambucanos, como Eddie. Em 1997, fundou a banda Comadre Fulozinha, num misto de folclore brasileiro e cantigas de roda.

Esse ano, Karina lançou seu primeiro disco solo – “Eu Menti Pra Você” – , que tem como principal influência, segundo a cantora, o carnaval de Recife.  “Não exatamente um ritmo como o forró ou maracatu, mas a possibilidade de misturar diversos ritmos e gêneros”, explica ela.

Karina conta com grandes músicos em sua banda, como Bruno Buarque na bateria; Mau no baixo; Guizado no trompete; Dustan Gallas nos teclados e no piano; Otávio Ortega nos teclados e nas bases eletrônicas; Marcelo Jeneci no acordeom e no piano; Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Edgard Scandurra (ex-Ira!) nas guitarras; além da própria cantora, na percussão.

“O título do meu disco tem conexão com essas várias pessoas que tenho dentro de mim. É também uma forma de dizer que não sei definir meu som. Posso falar, mas é tudo mentira”, conta, rindo.

Karina Buhr, com sua maquiagem colorida, seu sotaque pernambucano e seu mix de sons e letras, vai fundo e se entrega à música, sem a necessidade de ficar se auto-afirmando.

“Por que não sai do raso? Tem medo de tubarão?” Karina Buhr.

Dá uma conferida no Myspace e no Site dela.