Arquivo | julho, 2010

A festa começa no palco

31 jul

Ok. A cena é a seguinte: Romênia dos anos 90, instrumentos de bronze – trompetes, clarinetes, cornetas, tímpanos – e mais de duas dúzias de músicos.

Fanfare Ciocărlia

Fanfare é um tipo de música curta tocada por trompetes – e outros instrumentos de bronze-,  normalmente acompanhada por percussão; ou simplismente “banda de bronze” em francês. Ciocarlia, literalmente “cotovia”, é uma conhecida toada romena composta pelo músico romeno Anghelus Dinico no final do século XIX.

Mas Fanfare Ciocărlia não se limita apenas ao significado de seu nome, não. O grupo, nascido no nordeste da Romênia – na vila Zece Prăjini -, mistura ritmos e idiomas estrangeiros e ultrapassa as fronteiras da música. Utilizando desde de elementos da música sérvia e búlgara a influências colhidas em rádios internacionais, Hollywood e Bollywood.

A banda começou tocando em casamentos e batismos locais quando, em 1996, o produtor musical Henry Ernst visitou Zece Prăjini e convenceu alguns dos músicos a fazer uma turnê. Desde então, o grupo já tocou em mais de 50 países em todo o mundo.

Fanfare mistura danças tradicionais da Romênia com ritmos da Turquia, Bulgária e Macedónia tocados por cornetas, trompetes, clarinetes e tímpanos. Segundo o site da banda, “para cada momento diferente na vida há uma peça apropriada: geamparale, sîrba, hora, e se o humor exigir uma ruseasca atrevida no final”.

O grupo é conhecido por não usar partituras, tocando buzinas aleatórias e clarinetes no meio das músicas e improvisando no palco, fazendo uma verdadeira festa durante seus espetáculos.

Em 2006, Fanfare ganhou o BBC World Music Awards e hoje  já estão em seu quarto disco – Queens and Kings -, lançado em 2007. Além de terem participado de diversas trilhas sonoras de filmes, como em Borat, com a versão de “Born to be wild”.

Se você nunca tinha ouvido falar e ficou interessado (ou mesmo se já tinha ouvido falar; ou se não se interessou de primeira) eu super aconselho a dar uma conferida no Myspace da banda. Duvido você se arrepender!

Ps: Valeu, Mário! 😉

Amor Fraternal

30 jul

Phoenix

“4 Parisian boys with brotherly love”. Essa é a descrição de Phoenix no Twitter.  Thomas Mars [vocal], Deck D’Arcy [baixo], Christian Mazzalai [guitarra] e Laurent Brancowitz [guitarra] fundaram a banda em meados dos anos 90, nos subúrbios de Versalhes, França, no mesmo cenário em que surgia bandas como Air e Daft Punk.

Numa mistura de ritmos, Phoenix vai do rock alternativo ao uso de sintetizadores, fazendo um som único que tem conquistado legiões de fãs em todo mundo.

Prova disso é que a banda já está no seu quarto disco – Wolfgang Amadeus Phoenix -, lançado ano passado e vencedor do Melhor Álbum de Música Alternativa do Grammy 2010, e agora está em turnê pelos EUA com shows marcados até o final do ano.

Phoenix é aquele tipo de banda que você pode ouvir em qualquer lugar e em qualquer situação. Tanto no chuveiro, cantando bem alto, quanto numa pista de dança; em dias de chuva meio nostálgicos ou em dias de sol com uma cerveja gelada e amigos na varanda.

Para quem não conhece, aconselho dar uma conferida no Myspace, no Facebook e no Site Oficial.

Bored People

30 jul

No início dos anos 2000, uma nova banda surgia, misturando um pouco de pop e electro com rock e synth e conquistando jovens de todo o mundo. Estou falando de LCD Soundsystem, que nasceu como um projeto do produtor musical, vocalista e DJ James Murphy, com seu primeiro single – Losing My Edge – lançado em 2002, e que hoje já está com seu terceiro disco em turnê mundial.

James descreve a banda de maneira irônica no Myspace do grupo, dizendo que sua única influência é seu pai e que LCD se assemelha a “coisas gays”, pessoas entediadas, sanduíches sem muita carne e coisas dentro e álbuns que você costumava odiar, mas que são até legais agora que você ouviu de novo, anos depois, na casa do seu amigo.

Em 2005, LCD lançou seu primeiro álbum – duplo e auto-intitulado – que concorreu ao Grammy na categoria Melhor Álbum de Música Eletrônica. Dois anos depois, o grupo lançou seu segundo disco – Sound of Silver -, que também concorreu ao Grammy por Melhor Disco de Música Eletrônica/Dance, foi eleito o melhor álbum do ano por diversas publicações musicais – como Uncut e The Guardian -, e a faixa All My Friends foi nomeada pela Time como uma das melhores do ano.

Em 2010, a banda lançou seu terceiro disco – This is Happening – que vazou antes pela internet e já está em turnê por diversos estados dos EUA e pela Europa também. Uma das músicas do álbum – Drunk Girls – teve o clipe dirigido pelo aclamado diretor Spike Jonze – que dirigiu filmes como “Onde vivem os monstros” e “Quero ser John Malkovich”.

Você pode seguir a banda pelo Twitter, onde o cantor escreve sobre suas experiências pela turnê de forma descontraída – como no tweet do dia 21 de junho: “Querida Croácia: pare de ser maravilhosa. Nós temos que ir para casa logo” – e também pelo Facebook.

She feels it all

30 jul

Feist

Feist foi um dos vícios do meu primeiro semestre de 2008. Havia algum tempo que eu não a ouvia.  Talvez por ela não ter lançado nenhum álbum novo desde 2007 e por isso ter ficado meio de fora da mídia durante esse tempo. Ou talvez por eu ter me esquecido de como suas músicas e sua voz são incríveis.

Bom, mas isso não importa. O que importa é que o vício voltou (a maioria deles volta um dia, não?) e eu resolvi postar sobre essa fascinante cantora.

Leslie Feist nasceu há 34 anos em Calgary, no Canadá, e aos 15 anos começou a se dedicar à música. Feist fundou uma banda chamada Placebo (não, não é a Placebo inglesa que conhecemos) que participou – e ganhou – de um concurso para tocar em um show dos Ramones e assim seu destino começava a se encaminhar para o mundo da música.

A cantora se mudou para Toronto em 1998 e no ano seguinte já lançou seu primeiro álbum – Monarch (Lay Your Jewelled Head Down). De lá para cá, Feist fez participações em bandas como Kings of Convenience e New Deal’s; gravou seu segundo disco – Let It Die – em Paris, que recebeu inúmeras críticas positivas dentro e fora do Canadá; em 2006, a cantora gravou seu terceiro disco solo – The Reminder – e lançou um álbum de remixes seus, com participações de vários artistas, como Kings of Convenience e The Postal Service.

The Reminder conquistou ouvintes em todo o mundo, ganhando bastante repercussão e levando a cantora a uma turnê por vários países. Agora nos resta esperar que ela passe aqui pelo o Brasil ou lance seu próximo disco (ou quem sabe os dois?). Vamos torcer!

Vale a pena dar uma conferida no Myspace da cantora e no seu Site Oficial (apesar de não ser muito atualizado, tem umas informações e fotos legais).

Espíritos Livres

5 jul

Vinte cinco anos, americana, cantora, performática, atriz, dançarina e compositora. Janelle Monaé, se não me engano, foi uma indicação da Amandinha e que, por causa da correria de final de semestre, acabou ficando meio esquecida. Mas só meio.

Janelle nasceu em Kansas City, mas se mudou para Nova Iorque na intenção de estudar teatro na American Musical and Dramatic Academy.  Como grande parte dos artistas norte-americanos, ela pretendia trabalhar na Broadway. Mas Janelle logo mudou de idéia, decidindo dedicar-se inteiramente à música que, para ela, é a arte que possui o maior potencial de mudar o mundo.

Janelle Monaé

Em 2007, Monaé lançou seu primeiro EP – “Metropolis: Suite I (The Chase)” -, que ganhou muitas críticas positivas e bastante repercussão no cenário musical, sendo indicado ao Grammy 2009 na categoria Melhor Música Urbana/Alternativa, pela canção “Many Moons”.

Apesar de muito parecida com o pop, sua música contém alguns elementos que a diferem da música comercial norte-americana, como a influência do jazz dos anos 60 e de características cinematográficas, como do diretor Alfred Hitchcock.

Com a voz forte e uma presença marcante no palco, Monaé está ganhando visibilidade no mundo todo. Em 2010, lançou seu primeiro álbum, intitulado “ArchAndroid”. O disco conta com a participação dos produtores executivos Wonder Nate, Chuck Lightning, Sean “Diddy” Combs e do co-executivo Big Boi dos Outkast.

Nas palavras da cantora, ela e seus parceiros “deixaram seus espíritos livres e apenas escutaram seus corações  e as melodias que estavam dentro deles” na hora de compor ArchAndroid.

Se você ficou interessado, dá uma olhadinha no Myspace e no Site da cantora.

Por que não sai do raso?

1 jul

Karina Buhr

Baiana, mas criada no meio dos maracatus e frevos de Pernambuco, Karina Buhr mora há cinco anos em São Paulo e é uma das vozes femininas mais eminentes da música popular brasileira atual.

Karina é percussionista, desenhista, compositora, atriz e cantora. Karina é artista. Seu som, sua voz e suas batidas refletem um pouco sua formação permeada por ritmos e gêneros brasileiros, sem pré-conceitos e limitações óbvias.

Karina começou a cantar e tocar percussão em 1994, passando por diversos grupos pernambucanos, como Eddie. Em 1997, fundou a banda Comadre Fulozinha, num misto de folclore brasileiro e cantigas de roda.

Esse ano, Karina lançou seu primeiro disco solo – “Eu Menti Pra Você” – , que tem como principal influência, segundo a cantora, o carnaval de Recife.  “Não exatamente um ritmo como o forró ou maracatu, mas a possibilidade de misturar diversos ritmos e gêneros”, explica ela.

Karina conta com grandes músicos em sua banda, como Bruno Buarque na bateria; Mau no baixo; Guizado no trompete; Dustan Gallas nos teclados e no piano; Otávio Ortega nos teclados e nas bases eletrônicas; Marcelo Jeneci no acordeom e no piano; Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Edgard Scandurra (ex-Ira!) nas guitarras; além da própria cantora, na percussão.

“O título do meu disco tem conexão com essas várias pessoas que tenho dentro de mim. É também uma forma de dizer que não sei definir meu som. Posso falar, mas é tudo mentira”, conta, rindo.

Karina Buhr, com sua maquiagem colorida, seu sotaque pernambucano e seu mix de sons e letras, vai fundo e se entrega à música, sem a necessidade de ficar se auto-afirmando.

“Por que não sai do raso? Tem medo de tubarão?” Karina Buhr.

Dá uma conferida no Myspace e no Site dela.