Em Todo Lugar Agora

21 nov

Entre os dias 25 e 28 de novembro, Cuiabá será palco, literalmente, de um dos eventos musicais mais incríveis do país: o Festival Calango.

 

 

Neste ano, quem tiver a sorte de estar na cidade vai querer se dividir para estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Já que a nona edição do evento traz para o público uma grande (e ótima) novidade: os shows vão acontecer em todos os lugares – slogan do Festival. Ou seja, cada noite terá até três temáticas diferentes espalhadas pela cidade, desde de artistas da MPB, da música experimental, do samba, se apresentando na Praça das Bandeiras a músicos com uma pegada mais pesada, como o Madame Satã (Pará), mostrando seu som no Caverna’s Bar.

Porém, não é somente em todos os espaços físicos que o Calango 2010 vai estar, mas também nos virtuais. Neste ano, o Festival conta com o auxílio de mídias sociais, como o Twitter e o Facebook, para divulgar sua programação. Além de abrir espaço para os comunicadores independentes de todo o país participarem da cobertura colaborativa do evento.

 

 

Um dos festivais independentes mais importantes da música brasileira, o Calango 2010 recebe cerca de 40 bandas e dezenas de outras atrações artísticas. Vanguart; Macaco Bong; BNegão e os Seletores de Frequência; Do amor; e Cabruêra são apenas algumas das bandas que fazem parte da programação deste ano.

É inegável a importância de festivais como esse para a difusão da música brasileira, feita por artistas independentes ou não. E o Calango – realizado pelo Espaço Cubo assume esse papel com coragem e muita vontade de fazer acontecer, mostrando aquilo que as “grandes” emissoras de rádio não costumam tocar: música de verdade!

Alto poder combustível

27 out

Outra banda – com o delicioso sotaque pernambucano e uma mistura de ritmos digna da música brasileira – que estará no Planeta Terra Festival deste ano é Mombojó.

 

 

Mombojó

 

 

Chiquinho (teclado e sampler), Felipe (vocal e guitarra), Marcelo (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente (bateria) tocam juntos desde 2001. Com nítidas influências da forte cena musical de Recife, com ritmos similares aos do Manguebeat, a banda mistura em suas composições elementos computadorizados com cavaquinho e guitarras distorcidas.

Logo na sua primeira grande aparição pública, no 10º Abril Pro Rock, em 2002, Mombojó já agradou a crítica, recebendo comentários como o do Jornal do Brasil, que disse que “os novatos da Mombojó foram a grande revelação da nova cena de Recife na noite de domingo, com sua música de alto poder combustível”.

 

 

Em 2003, a banda lançou seu primeiro disco – Nadadenovo -, gravado e mixado em Recife, mas masterizado em São Paulo. O disco rapidamente ganhou atenção e conquistou ouvintes assíduos em todos o país. Canções como “Deixe-se Acreditar” – linda na melodia e na letra – fazem parte da setlist de muitos fãs até hoje.

Após quatro anos sem lançar nenhum disco novo e três anos sem o integrante Rafael Virgilio – que faleceu de enfarto em 2007 e deixou na banda um buraco sem a sua lindíssima flauta -, Mombojó lançou em 2010 o terceiro álbum – “Amigo do Tempo” –  com onze faixas, algumas disponíveis no Myspace da banda.

 

 

Os meninos do Mombojó são referência quando se fala da música brasileira (de qualidade!) atual. Com shows marcados para os próximos dois meses, a banda segue em turnê do novo disco para felicidade dos fãs! Se você ainda não ouviu “Amigo do Tempo”, dá para baixar no site deles. Aproveite sem moderação. 🙂

Acima de tudo, cantora

20 out

Quem estava na Reitoria da UFC ontem à noite (19/10) teve o privilégio de ouvir, ver e sentir Mayra Andrade no palco. A cantora cubana, que cresceu no mundo – Angola, Senegal, Alemanha, Cabo Verde – e hoje vive na França, mexeu com os brasileiros e africanos que conferiram seu show do Festival UFC de Cultura.

Mayra Andrade

Depois dos cearenses da Breculê e de Pantico Rocha terem subido no palco da Concha Acústica, às 22h foi a vez da Mayra. De vestido e cabelos soltos e um largo sorriso no rosto, a cantora cantou algumas de suas músicas mais conhecidas – como Tunuka e Navega -, agradeceu ao público e trocou algumas palavras em criolo com os conterrâneos presentes no show.

Aqueles que ainda não conheciam o trabalho da artista, se encantaram com a voz e a energia dela. Alguns ficaram parados, como que hipnotizados, apenas admirando sua presença de palco. Outros dançavam e sorriam. E, os já familiarizados com sua música, cantavam e vibravam a cada acorde.

Mayra começou a cantar profissionalmente aos 21 anos, no arquipélago de Cabo Verde. Em 2006, a cantora lançou seu primeiro álbum – Navega -, que já mostrava toda sua criatividade artística e seu talento musical, com misturas de ritmos, sons e influências – do free jazz à MPB.

Entre sanfonas típicas da música francesa e um misto de percussão africana com brasileira, Mayra canta em francês, português e criolo. “Mais do que uma cantora de Cabo Verde sou, acima de tudo, uma cantora. A música sempre fez parte de mim. Se me apetecer misturar músicas cabo-verdianas com outros sons e influências, acredito que posso fazê-lo”, diz ela.

E Mayra, de fato, pode fazê-lo. Sem preconceitos musicais e sem formação profissional, a música da Mayra vem da inspiração, dos sentimentos e do conhecimento que ela acumulou ao longo de sua vida e mudanças de cidades, países, continentes.

Agora, com seu novo álbum – Stória, Stória -, Mayra se consolida como uma das cantoras mais promissoras da atualidade. Nesse disco, ela conta com a participação de artistas de diversos locais e estilos. Como o tocador de kora guineense Djêli Moussa Diawara, o trompete de Nicolas Genest, o angolano Zézé N’Gambi e a percussão do brasileiro Marcos Suzano. Além do  pianista André Mehmari em São Paulo, de percussionistas cariocas e do pianista cubano Roberto Fonseca.

A contribuição da participação desses músicos está explícita no trabalho de Mayra. Um som impecável nos arranjos e na mistura de ritmos e etnias. A cantora classifica “Stória, Stória” como “um cruzamento musical” que remete aos nativos de Cabo Verde, “naturalmente mestiços”, segundo ela.

Mayra me enche de esperança. A música ainda pode ser feita de/pelo coração. Linda na voz, no sorriso e na composição. Para quem ainda não a conhece, dá uma conferida no Myspace e no Site dela que ambos são bem completos, com textos, fotos, agendas e tudo mais.

De Volta aos Palcos

15 out

Voltei, depois de um longo, mas nem tão tenebroso inverno.

Como havia prometido no último post, vou continuar falando das bandas confirmadas para o Planeta Terra Festival. A escolhida para este texto foi Pavement. Não foi uma decisão totalmente aleatória, preciso dizer. Pavement é, sem dúvidas, uma das atrações mais aguardadas do Festival. Depois de mais ou menos onze anos “parados”, Steve Malkmus (voz e guitarra), Scott Kannberg  (guitarra), Steve West (bateria), Bob Nastanovich (percussão) e Mark Ibold (baixo) voltaram aos palcos. O primeiro show da volta foi em Stockton, Califórnia, cidade natal dos músicos, que agora entraram em turnê mundial.

Pavement

Pavement surgiu no último ano da década de 80. Num processo criativo frenético, na primeira metade dos anos 90 a banda já tinha lançado seus três primeiros discos e conquistado fãs em todo o mundo. O primeiro álbum – Slanted and Enchanted -, lançado em 1992, foi incluído nos 100 álbuns de todos os tempos, da revista Time.

Outro disco aclamado pela crítica e pelos fãs é o Crooked Rain, Crooked Rain, de 1994. Neste álbum está a canção “Gold Soundz”, considerada pelo site americano Pitchfork como uma das melhores músicas dos anos 90.

Em 1999, a banda lançou seu último disco (até então), intitulado Terror Twilight. Durante a turnê de Terror, Pavement anunciou que iria se separar por um tempo indeterminado. Desde então, os fãs da banda (que não são poucos!) permaneceram esperando esse retorno, ansiosamente. Deu pra sacar agora o porquê dela ser uma das atrações mais esperadas do Planeta Terra?

Malkmus, com sua voz um tanto desafinada, mas carregada de sinceridade, seduz o ouvinte do início da música até o fim. Num misto – a primeira vista contraditório – de melancolia e alegria, Pavement é uma das bandas mais cultuadas pelo público indie de todos os tempos. Se você não conhecia, vale a pena dar uma conferia no Myspace e no site deles e, quem sabe, arriscar no cambista dia 20, lá no Playcenter de São Paulo – já que os quatro lotes já estão esgotados.

Para ouvir com fones de ouvido

17 ago

Dia 20 novembro desse ano, vai rolar mais um Planeta Terra Festival, em São Paulo (alguém quer me dar uma passagem de presente?). E, apesar de rolar toda uma depressão por morar tão longe, não poderia deixar de escrever sobre as bandas já confirmadas (a intenção é, até o dia do festival, escrever sobre todas elas – ou quase isso).

Para quem ainda não sabe, o festival desse ano já tem como garantidas as presenças de Hot Chip, Phoenix, Yeasayer, Pavement, Smashing Pumpkins, Girl Talk e, a escolhida para esse post, of Montreal.

 

 

 

of Montreal

 

A banda estadunidense – formada pelo quinteto Kevin Barnes, Dottie Alexander, James Huggins, Bryan Poole e Davey Pierce – surgiu em meados dos anos 90 por iniciativa do vocalista Kevin – após ter tido um romance com uma garota de Montreal.

O grupo é um dos grupos do Elephant 6 – coletivo de músicos dos Estados Unidos que “criou” umas das mais notáveis bandas independentes americanas – e tem influências da música psicodélica e do indie pop.

Mas a medida que lançam seus álbuns, eles vão acrescentando e modificando traços e ritmos de suas músicas. Em setembro desse ano, of Montreal lançará seu décimo disco – “False Priest” -, que já teve o single “Coquet Coquette” divulgado na internet.

 

 

 

 

“False Priest” traz muitas referências da música funky e do R&B, além de participações das artistas Janelle Monaé e Solange Knowles. “Tentamos ter  momentos fodas em que sua mente está realmente explodindo, especialmente se você estiver ouvindo em fones de ouvido”, disse Kevin.

 

 

Dá uma olhadinha no Myspace e no Site Oficial (que tem links para o Facebook, Twitter, Youtube e LastFm deles) que eu duvido que você não vá ficar – pelo menos um pouquinho – “depressive” de não estar em São Paulo, que nem eu.

Festa de tambores

17 ago

O artista que escolhi para esse post ainda é novo para mim, mas já “mucho me encanta”. Nascido em Barraquilla (Colômbia), Andrés Cabas – conhecido apenas como Cabas – é famoso por suas composições ricas em misturas de ritmos da costa pacífica da Colômbia – como a Cumbia e Bullarengue.

Cabas

Cabas começou a estudar música aos seis anos, por iniciativa de seu pai – também músico. Começou com o piano clássico, passando para outros instrumentos, em especial os percussivos.

Durante sua adolescência, ele começou a conhecer mais a música internacional (rock, pop) e a própria música tradicional colombiana. Suas composições nascem exatamente dessa mistura de latinidade e mundo.

Ainda jovem, Cabas morou um tempo em Nova York e Paris, onde conheceu a solidão de ser estrangeiro, latino em terras distantes, e desse sentimento – misturado com novos ritmos e culturas – nasceu seu primeiro álbum: “Cabas”, em 2000, que foi um grande sucesso na Colômbia.

De lá para cá, ele lançou mais cinco discos, o último deles – “Pantaléon y las Visitadoras” -, em janeiro desse ano. Cabas, hoje, é conhecido mundialmente e faz shows em vários países – como EUA e Europa.

Eu recomendo muito! Cabas representa um pouco da cultura musical da Colômbia, que é riquíssima, cheia de influências indígenas, espanholas e africanas. Se ficou interessado, dá uma olhadinha do Myspace dele, tem uma pequena biografia em espanhol e inglês e algumas músicas e vídeos bacanas.

Cheiro de mato e, às vezes, de mar

16 ago

Sei que costumo escrever mais sobre as novidades da música, mas confesso que há uns dias ando inspirada para falar de um artista da música brasileira mais que especial (e de quem muito pouco se ouve falar).

Acho que depois de assistir “Uma Noite em 67”, fiquei um pouco nostálgica, com saudades da música que não vivi (mas que vivo hoje, sem problemas) e dos artistas que não pude acompanhar desde o começo de suas carreiras.

E o que escolhi para esse post foi Edu Lobo.

Nesse vídeo aí de cima, Edu tinha apenas 22 anos e já embalava multidões com suas músicas – “Ponteio” foi vencedora do III Festival de Música Popular Brasileira, concorrendo com as incríveis canções “Alegria, Alegria”, de Caetano, e “Domingo no Parque”, de Gil.

Mas não, não foi esse o começo de sua carreira. Edu já tocava arcodeon desde os oito anos – passando depois ao violão – e,  com 15 anos, já tinha suas próprias composições.

Edu cresceu no Rio de Janeiro e, por volta de 1961, passou a frequentar o Beco das Garrafas, em Copacabana, onde conheceu Sérgio Mendes, João Gilberto, Luis Eça e Vinícius de Moraes –  que dizia que a a música de Edu era “bem feita, com cheiro de mato e, às vezes, de mar”.

A maioria de suas canções são conhecidas nas vozes de outros artistas – como Maria Bethânia (no vídeo acima) e Elis Regina. Edu Lobo nunca quis fazer sucesso. “Fui empurrado pro palco” é o que ele diz. Mas como “compositor só compositor acaba desaparecendo no Brasil”, Edu precisa(ou) fazer algumas concessões – como a participação no III FMPB.

Ao longo de sua carreira, o músico compôs O Grande Circo Místico ao lado de Chico Buarque – destaque para a belíssima “Beatriz”; O Corsário do Rei, Calabar e Cambaio, também com Chico; trilha para o infantil Rá-Tim-Bum, da Tv Cultura de SP; e muito mais!

Edu fez parte de uma das épocas mais bonitas da música popular brasileira e compôs músicas tão lindas que não cabem nas minhas palavras – destaco aqui  a já citada “Beatriz”, com Chico, e “Pra Dizer Adeus”, com Torquato Neto.  Só por isso, já vale a pena conhecer um pouco mais de sua história.

Mas vamos lá, não estou aqui só para nos deixar na saudade. Edu Lobo não morreu (graças a deus!) e tem uma ótima novidade pra gente! Hoje, com quase 67 anos, Edu está lançando seu novo disco – “Tantas Marés” -, que traz dez composições inéditas: seis com Paulo César e quatro com Chico Buarque.

O artista fará o show de abertura da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2010 – e também já está “escalado” para compôr a trilha sonora do filme “Não se preocupe, nada vai dar certo”, de Hugo Carvana. Ou seja, ainda teremos muitas boas supresas de Edu.


A ordem das árvores não altera o passarinho

11 ago

Pra não dizer que não falei das flores, agora chegou a vez de Tulipa Ruiz – flor no nome, na voz e na música. Filha de pai jornalista/músico – Luiz Chagas, um dos “Isca de Polícia” de Itamar Assumpção – e irmã do músico Gustavo Ruiz – guitarrista da Vanessa da Mata e da Mariana Aydar, – Tulipa canta, compõe e ainda desenha.

Tulipa Ruiz

E foi assim, em família (e amigos: Márcio Arantes no baixo, Dudu Tsuda no teclado e Duani na bateria), que a cantora compôs seu primeiro disco – Efêmera -, produzido pelo irmão Gustavo, que também assina com ela três  das onze músicas do álbum: “Efêmera”, “Do Amor” e “Brocal Dourado”.

Tulipa já fez parcerias com DonaZica, Trash Pour 4, Júnio Barreto, Ortinho, Projeto Cru, Na Roda, Tiê, Nhocuné Soul e Cérebro Eletrônico e hoje, além do trabalho solo, também é vocalista de um projeto de seu pai – Pochete Set.

Sua voz me lembra um pouco aquelas cantoras de rádio do início do século XX – algo com Dalva e/ou Maísa -, mas não tem nada de “careta”. Muito pelo contrário, Tulipa explora bem os recursos de sua voz e sua banda nas canções, fazendo uso de um experimentalismo quase que psicodélico (em alguns momentos).

De São Paulo, a doce voz da tulipa flor está alcançando os ouvidos dos brasileiros mais distantes e encantando a todos que passam a conhecê-la. Para quem se interessou, dá para segui-la no Twitter e se manter por dentro da agenda da cantora lá.

Dá uma conferida no Myspace e na página dela no TramaVirtual também, que tem algumas músicas disponíveis e vídeos bem legais.

Tu cuerpo es tu instrumento

7 ago

O Festival Tangolomango 2010 veio a Fortaleza trazendo algumas surpresas muito especiais. Uma delas é a banda Legatto 7.

Legatto 7

Pela foto, dá para pensar que é um grupo “normal”, sem grandes inovações. Mera ilusão. Legatto 7 – quatro homens, duas mulheres e, segundo eles, “o 7 é sempre o público” – é uma banda vocal à capela. Ou seja, todos os intrumentos se “limitam” às vozes. Delas se pode ouvir o baixo, a bateria, o teclado…

Pacho, Manolo, Luz D, Yolmer, Gustavo e Monica são músicos profissionais, – cada um especializado num instrumentos específico – que há 13 anos  vem se dedicado ao estudo da voz e de  suas inúmeras possiblidades.

O grupo nasceu na Colômbia, sendo o pioneiro no estilo em seu país. De canções autorais a canções tradicionais colombianas, os músicos nos fazem dançar  e até (tentar) acompanhá-los nas vozes.

Do começo da banda para cá, eles já fizeram shows em países como Venezuela, México, Espanha, Ecuador e agora pela segunda no Brasil, no Festival Tangolomango 2010, Fortaleza.

Quando perguntei de suas inspirações, Manolo foi direto: “Inspirações? muitas e poucas ao mesmo tempo”. Desde Vocal Sampling (Cuba), Take 6 (EUA) e The Kings Singers (Londres) – que são do mesmo gênero do Legatto 7 -, a grupos tradicionais da Colômbia.

É incrível como suas vozes se transformam em verdadeiros instrumentos e te fazem sorrir e arregalar os olhos para um talento que ainda é pouco explorado, mas que, com certeza, está ganhando seu merecido espaço aos poucos. Dá uma conferia no Myspace da banda!

Back to 90’s

7 ago

A banda que escolhi para esse post nos trás boas notícias! The Cranberries, depois de uma pausa de seis anos, voltou a fazer shows ano passado e em outubro de 2010 estará (en)cantando no Brasil.

The Cranberries

Quem já é fã da banda, pode sorrir e começar a ir atrás dos ingressos, pois a turnê será extensa, passando pelo Rio de Janeiro,  dia 12, no Citibank Hall; em São Paulo,  dia 14, no Credicard Hall; em Floripa, dia 16, no Stage Music Park; em Brasília, dia 19, no Ginásio Nílson Nelson; em Recife,  dia 22, no Chevrolet Hall; e sua última parada será aqui em Fortaleza, dia 23, no Siara Hall.

Mas se você ainda não conhece o grupo, calma! Vamos lá!

The Cranberries nasceu na Irlanda, em 1989, formada pelos irmãos Noel – guitarrista – e Mike Horgan – baixista. Pouco tempo depois, o baterista Fergal Lawler entrou para a banda que, até então, tinha o nome The Cranberries Saw Us – trocadilho com “sauce”, que é “molho” em inglês. Logo depois, a vocalista Dolores O’Riordan fez um teste e entrou para banda, que hoje tem sua voz como uma das marcas registradas.

O primeiro disco do grupo – Everybody Else is Doing It, So Why Can’t We? -,  lançado em 1993, se tornou um grande sucesso, principalmente com o single “Dreams”, que entrou para o top 20 das paradas dos EUA.

De lá para cá, o grupo lançou mais quatro discos. O último deles – Wake Up and Smell The Coffee – foi lançado em 2001, recebendo ótimas críticas. Mas parece que os músicos estavam precisando de um tempo para se dedicarem aos projetos pessoais, porque em 2003 deram uma pausa, voltando só ano passado para uma turnê na América do Norte.

Por enquanto ficamos na expectativa para o show de outubro e de dedos cruzados para que o grupo lance logo um disco novo!

Dá uma conferia no Myspace e no Site Oficial da banda, que têm umas informações bem legais, além de fotos, agenda, música, etc e tal.

A festa começa no palco

31 jul

Ok. A cena é a seguinte: Romênia dos anos 90, instrumentos de bronze – trompetes, clarinetes, cornetas, tímpanos – e mais de duas dúzias de músicos.

Fanfare Ciocărlia

Fanfare é um tipo de música curta tocada por trompetes – e outros instrumentos de bronze-,  normalmente acompanhada por percussão; ou simplismente “banda de bronze” em francês. Ciocarlia, literalmente “cotovia”, é uma conhecida toada romena composta pelo músico romeno Anghelus Dinico no final do século XIX.

Mas Fanfare Ciocărlia não se limita apenas ao significado de seu nome, não. O grupo, nascido no nordeste da Romênia – na vila Zece Prăjini -, mistura ritmos e idiomas estrangeiros e ultrapassa as fronteiras da música. Utilizando desde de elementos da música sérvia e búlgara a influências colhidas em rádios internacionais, Hollywood e Bollywood.

A banda começou tocando em casamentos e batismos locais quando, em 1996, o produtor musical Henry Ernst visitou Zece Prăjini e convenceu alguns dos músicos a fazer uma turnê. Desde então, o grupo já tocou em mais de 50 países em todo o mundo.

Fanfare mistura danças tradicionais da Romênia com ritmos da Turquia, Bulgária e Macedónia tocados por cornetas, trompetes, clarinetes e tímpanos. Segundo o site da banda, “para cada momento diferente na vida há uma peça apropriada: geamparale, sîrba, hora, e se o humor exigir uma ruseasca atrevida no final”.

O grupo é conhecido por não usar partituras, tocando buzinas aleatórias e clarinetes no meio das músicas e improvisando no palco, fazendo uma verdadeira festa durante seus espetáculos.

Em 2006, Fanfare ganhou o BBC World Music Awards e hoje  já estão em seu quarto disco – Queens and Kings -, lançado em 2007. Além de terem participado de diversas trilhas sonoras de filmes, como em Borat, com a versão de “Born to be wild”.

Se você nunca tinha ouvido falar e ficou interessado (ou mesmo se já tinha ouvido falar; ou se não se interessou de primeira) eu super aconselho a dar uma conferida no Myspace da banda. Duvido você se arrepender!

Ps: Valeu, Mário! 😉

Amor Fraternal

30 jul

Phoenix

“4 Parisian boys with brotherly love”. Essa é a descrição de Phoenix no Twitter.  Thomas Mars [vocal], Deck D’Arcy [baixo], Christian Mazzalai [guitarra] e Laurent Brancowitz [guitarra] fundaram a banda em meados dos anos 90, nos subúrbios de Versalhes, França, no mesmo cenário em que surgia bandas como Air e Daft Punk.

Numa mistura de ritmos, Phoenix vai do rock alternativo ao uso de sintetizadores, fazendo um som único que tem conquistado legiões de fãs em todo mundo.

Prova disso é que a banda já está no seu quarto disco – Wolfgang Amadeus Phoenix -, lançado ano passado e vencedor do Melhor Álbum de Música Alternativa do Grammy 2010, e agora está em turnê pelos EUA com shows marcados até o final do ano.

Phoenix é aquele tipo de banda que você pode ouvir em qualquer lugar e em qualquer situação. Tanto no chuveiro, cantando bem alto, quanto numa pista de dança; em dias de chuva meio nostálgicos ou em dias de sol com uma cerveja gelada e amigos na varanda.

Para quem não conhece, aconselho dar uma conferida no Myspace, no Facebook e no Site Oficial.

Bored People

30 jul

No início dos anos 2000, uma nova banda surgia, misturando um pouco de pop e electro com rock e synth e conquistando jovens de todo o mundo. Estou falando de LCD Soundsystem, que nasceu como um projeto do produtor musical, vocalista e DJ James Murphy, com seu primeiro single – Losing My Edge – lançado em 2002, e que hoje já está com seu terceiro disco em turnê mundial.

James descreve a banda de maneira irônica no Myspace do grupo, dizendo que sua única influência é seu pai e que LCD se assemelha a “coisas gays”, pessoas entediadas, sanduíches sem muita carne e coisas dentro e álbuns que você costumava odiar, mas que são até legais agora que você ouviu de novo, anos depois, na casa do seu amigo.

Em 2005, LCD lançou seu primeiro álbum – duplo e auto-intitulado – que concorreu ao Grammy na categoria Melhor Álbum de Música Eletrônica. Dois anos depois, o grupo lançou seu segundo disco – Sound of Silver -, que também concorreu ao Grammy por Melhor Disco de Música Eletrônica/Dance, foi eleito o melhor álbum do ano por diversas publicações musicais – como Uncut e The Guardian -, e a faixa All My Friends foi nomeada pela Time como uma das melhores do ano.

Em 2010, a banda lançou seu terceiro disco – This is Happening – que vazou antes pela internet e já está em turnê por diversos estados dos EUA e pela Europa também. Uma das músicas do álbum – Drunk Girls – teve o clipe dirigido pelo aclamado diretor Spike Jonze – que dirigiu filmes como “Onde vivem os monstros” e “Quero ser John Malkovich”.

Você pode seguir a banda pelo Twitter, onde o cantor escreve sobre suas experiências pela turnê de forma descontraída – como no tweet do dia 21 de junho: “Querida Croácia: pare de ser maravilhosa. Nós temos que ir para casa logo” – e também pelo Facebook.

She feels it all

30 jul

Feist

Feist foi um dos vícios do meu primeiro semestre de 2008. Havia algum tempo que eu não a ouvia.  Talvez por ela não ter lançado nenhum álbum novo desde 2007 e por isso ter ficado meio de fora da mídia durante esse tempo. Ou talvez por eu ter me esquecido de como suas músicas e sua voz são incríveis.

Bom, mas isso não importa. O que importa é que o vício voltou (a maioria deles volta um dia, não?) e eu resolvi postar sobre essa fascinante cantora.

Leslie Feist nasceu há 34 anos em Calgary, no Canadá, e aos 15 anos começou a se dedicar à música. Feist fundou uma banda chamada Placebo (não, não é a Placebo inglesa que conhecemos) que participou – e ganhou – de um concurso para tocar em um show dos Ramones e assim seu destino começava a se encaminhar para o mundo da música.

A cantora se mudou para Toronto em 1998 e no ano seguinte já lançou seu primeiro álbum – Monarch (Lay Your Jewelled Head Down). De lá para cá, Feist fez participações em bandas como Kings of Convenience e New Deal’s; gravou seu segundo disco – Let It Die – em Paris, que recebeu inúmeras críticas positivas dentro e fora do Canadá; em 2006, a cantora gravou seu terceiro disco solo – The Reminder – e lançou um álbum de remixes seus, com participações de vários artistas, como Kings of Convenience e The Postal Service.

The Reminder conquistou ouvintes em todo o mundo, ganhando bastante repercussão e levando a cantora a uma turnê por vários países. Agora nos resta esperar que ela passe aqui pelo o Brasil ou lance seu próximo disco (ou quem sabe os dois?). Vamos torcer!

Vale a pena dar uma conferida no Myspace da cantora e no seu Site Oficial (apesar de não ser muito atualizado, tem umas informações e fotos legais).

Espíritos Livres

5 jul

Vinte cinco anos, americana, cantora, performática, atriz, dançarina e compositora. Janelle Monaé, se não me engano, foi uma indicação da Amandinha e que, por causa da correria de final de semestre, acabou ficando meio esquecida. Mas só meio.

Janelle nasceu em Kansas City, mas se mudou para Nova Iorque na intenção de estudar teatro na American Musical and Dramatic Academy.  Como grande parte dos artistas norte-americanos, ela pretendia trabalhar na Broadway. Mas Janelle logo mudou de idéia, decidindo dedicar-se inteiramente à música que, para ela, é a arte que possui o maior potencial de mudar o mundo.

Janelle Monaé

Em 2007, Monaé lançou seu primeiro EP – “Metropolis: Suite I (The Chase)” -, que ganhou muitas críticas positivas e bastante repercussão no cenário musical, sendo indicado ao Grammy 2009 na categoria Melhor Música Urbana/Alternativa, pela canção “Many Moons”.

Apesar de muito parecida com o pop, sua música contém alguns elementos que a diferem da música comercial norte-americana, como a influência do jazz dos anos 60 e de características cinematográficas, como do diretor Alfred Hitchcock.

Com a voz forte e uma presença marcante no palco, Monaé está ganhando visibilidade no mundo todo. Em 2010, lançou seu primeiro álbum, intitulado “ArchAndroid”. O disco conta com a participação dos produtores executivos Wonder Nate, Chuck Lightning, Sean “Diddy” Combs e do co-executivo Big Boi dos Outkast.

Nas palavras da cantora, ela e seus parceiros “deixaram seus espíritos livres e apenas escutaram seus corações  e as melodias que estavam dentro deles” na hora de compor ArchAndroid.

Se você ficou interessado, dá uma olhadinha no Myspace e no Site da cantora.